sábado, 17 de novembro de 2007

Pontuação (I)

Pontuação
Rodolfo Augusto Bressan Barboza
Pontuação é um conjunto de elementos, sinais gráficos e não – gráficos, que se apresentam como recursos na composição de textos, moldadores do caráter melódico e rítmico do texto. Através da pontuação o texto o leitor identifica a velocidade de leitura, identifica ironias e outros recursos figurativos, são acessórios que dão um “acabamento” imprescindível ao bom e pleno entendimento do texto. A pontuação é capaz de aproximar a linguagem escrita da falada, dar característica de oralidade ao formato escrito, como se observa em narrações comuns e corriqueiras com usos de reticências, acentos exclamativos, etc.
Alguns sinais são básicos e essenciais à composição do gênero narrativo, também do dissertativo, mas quero ressaltar a narração que me parece depender da pontuação para sua efetividade.
- Vírgula (,): representa uma pausa, momento em que uma linha de raciocínio busca ligação com outra. Usa-se para:
* Separar textos coordenados assindeticamente:
Fui ao parque e corri, pulei, tropecei, cai de boca, quebrei um dente, ralei a cara, fraturei os ossos do rosto e chorei.
Nota: Orações Coordenadas são orações equivalentes, tem a mesma função, no caso todas expressam uma ação no parque.
* Separar termos coordenados pelas conjunções e, ou e nem:
Feito certo ou errado, ou de outro modo...
* Separar aposto explicativo:
Ribeirão Preto, cidade do estado de São Paulo, mostra destaque...
Nota:
Aposto é um termo que traz uma explicação, uma melhor definição, uma melhor especificação de um termo citado, como no exemplo que especifico que Ribeirão Preto é uma cidade paulista.
* Separar vocativo:
A culpa é tua, ó vestibular...
Nota: Vocativo é a palavra que chama alguém ao interesse do texto, como no caso acima em que exclamo ao Vestibular que ao culpa de todos os meus males seria sua culpa.
* Separar adjunto adverbial, deslocado ou intercalado:
A pensão gritava, alto e vibrante, o gol de ronaldinho.
Nota: Adjunto adverbial é o termo que esta junto do verbo transitivo especificando-o. Verbo transitivo é aquele que não precisa de complemento, ele é suficiente para expressar uma ação, como “chover”. No caso, usa-se a virgula para isolar essa especificação, esse acessório que está “enfeitando” o verbo transitivo.
* Separar orações explicativas:
Todos os acusados, que eram suspeitos, foram interrogados.
Oração subordinada adjetiva explicativa. Não restringe quais acusados foram interrogados, apenas explica, justifica o interrogatório (já que eram suspeitos).
Todos os acusados que eram suspeitos foram interrogados.
Oração subordinada adjetiva restritiva. No caso apenas os acusados mais suspeitos foram interrogados. Restringe, dentro do universo dos acusados, aqueles que seriam interrogados.
* Separar termos repetidos:
Estava pouco, pouco preocupado.
* Separar local e data:
Java, 31 de fevereiro de dois meses atrás depois do quinto mês de gestação da ameba.
* Indicar supressão (falta) de termo (elipse e zeugma):
Dentro da bolsa, apenas quinquilharias. (havia quinquilharias – elipse)
Eu levava a coragem, ele as armas. (ele levava as armas – zeugma). Zeugma diferencia-se da elipse pois o termo subentendido aparece na oração coordenada anterior.
Separar orações adversativas e conclusivas:
Ela foi, porém sentia vontade de ficar. Adversativa.
Ele conseguiu o sucesso, já que lutara tanto. Conclusiva.

Nota: O maior crime que pode ocorrer com o uso da vírgula é separar os termos essenciais da oração: sujeito + verbo + complemento.

- Ponto (.) : Exprime uma pausa máxima, uma extremidade de uma linha racional de pensamento.

- Travessão (–):
Marca o início e o fim da falas em um diálogo, serve para distinguir cada um dos interlocutores; as orações intercaladas como mesma função da vírgula; a síntese no final dos textos.
- Nunca fui tão ultrajado em toda a minha vida... Perder para uma pessoa tão desqualificada como o André na esgrima de pano – de - prato úmido!

- Ponto-e-vírgula (;):
Ponto intermediário entre o ponto final e a vírgula que deixa subentendido que a frase não foi terminada, não se finalizou a idéia. Também usa-se para separar orações subordinadas que já possuam outras vírgulas. Noto que não posso resumir assim, mas usarei o ponto-e-vírgula para evitar uma grande repetição de vírgulas.

- Dois-pontos (:):
Marcam uma pausa e enunciam uma citação; uma fala; uma enumeração; um esclarecimento; uma síntese.

- Aspas (“”) : Servem para delimitar citações; referir títulos de obras; realçar uma palavra (neologismos) ou expressão.


terça-feira, 6 de novembro de 2007

Ciclos Biogeoquímicos

Ciclos Biogeoquímicos
Rodolfo Augusto Bressan Barboza
Atente-se para a lei de Lavoisier, interpretada, que diz: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Pois é dessa idéia que surge os ciclos biogeoquímicos, como os elementos “circulam” na natureza participando da composição de diversas moléculas e outros compostos no ambiente, ou até na forma iônica.
A morte dos seres vivos leva à decomposição dos seus corpos. A decomposição transforma as complexas moléculas orgânicas em substâncias inorgânicas que voltarão ao meio ambiente. Do meio ambiente aos seres vivos através dos autótrofos, reiniciando o ciclo.
“Ciclo biogeoquímico é a passagem dos elementos químicos do meio físico para os seres vivos e destes de volta para o meio físico”.

1 – Ciclo do Carbono
O carbono é importante, pois participa de todos os compostos orgânicos, participa da construção de todos os seres vivos. Uma cadeia simplificada mostraria um ciclo em que o carbono nas formas de CO2 (dióxido de carbono), bicarbonato (HCO3-) e carbonato (CO32-) disperso no ar, ou na água, são assimilados, “fixados” por organismos autótrofos.
Organismos como os vegetais, algas e bactérias clorofiladas fixam carbono através da fotossíntese, Usam o CO2 e o transformam em carboidratos (glicose, geralmente), outros como bactérias não clorofiladas realizam quimiossíntese e fabricam outras substâncias através do CO2, HCO3- e CO32-.

Obs. As plantas também são capazes de produzir, alem dos carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, ceras, etc.

Animais e outros heterótrofos ao alimentarem-se de produtores (autótrofos – plantas, algas cianofíceas e até bactérias) assimilam carbono (presente em carboidratos, proteínas, lipídios, etc.) e o usam tanto com função energética, como plástica (estrutural).
A devolução do carbono à atmosfera se dá pela respiração (todos os organismos vivos respiram) na forma de CO2, pelas fezes, excreções (que não é a mesma coisa que fezes – defecação) e pela decomposição da matéria orgânica (animais mortos, plantas mortas, etc.) liberando CO2, metano (CH­4) e outros.

Obs. A combustão da matéria orgânica também devolve carbono para a atmosfera na forma de CO2, agravante do Efeito Estufa!

“Dois fenômenos são importantes no ciclo do carbono: a fotossíntese e a respiração”.





2 – Ciclo do Oxigênio
O oxigênio constitui cerca de 1/5 (20%) da atmosfera terrestre e aparece dissolvido na água dos rios, oceanos, etc., em proporções variadas, dependendo de fatores como pressão e temperatura. O gás oxigênio, O2­, é comburente, isto é, permite a combustão das substâncias.
O Oxigênio molecular, O2, é produzido pelas plantas durante o fenômeno da fotossíntese, incorporado nos seres vivos durante a mesma (fotossíntese), usados na respiração (aceptor final de hidrogênio, vide cadeia respiratória na respiração aeróbia), e pode ser encontrado em diversos compostos.
O oxigênio é devolvido ao meio sob a forma de CO2 e H2O durante a respiração de plantas e animais, e sob a forma de CO2 e outros compostos, nos processos fermentativos.

3 – Ciclo do Nitrogênio
O nitrogênio é indispensável a vida, uma vez que entra na composição das proteínas e ácidos nucléicos. Admite-se que 16% do corpo humano é constituído por proteínas (a maior parte é água).
A mais importante fonte de nitrogênio é a atmosfera, na sua forma molecular (N2) ou azoto, porém a maioria dos seres vivos não é capaz de assimilá-lo nessa forma, assim alguns organismos, ou ate efeitos naturais precisam transformá-lo nas formas possíveis de metabolismo, como amônia (NH3), nitrato (NO3-) e nitrito (NO2-).
A fixação do nitrogênio pode acontecer naturalmente, de forma industrial através de fertilizantes (os famosos NPKs, Nitrogênio, Fósforo e Potássio) e biológica, através de organismos fixadores, bactérias. Naturalmente, o nitrogênio molecular, N2, atmosférico pode reagir com o hidrogênio molecular, H2, e formar a amônia, mas tal reação precisa de muita energia, que pode ser conseguida com descargas faíscas elétrica, mas acontece muito pouco na natureza.
- A fixação biológica do Nitrogênio.
Ocorre que alguns organismos, bactérias e cianofíceas são capazes de transformar N2 atmosférico em amônia, tais organismos são chamados “fixadores”. Outros conseguem transformar amônia em outros produtos, como nitratos e nitritos (organismos nitrificantes). Esses organismos, devido a essa característica, passaram a manter mais próxima relação com as plantas, que precisam desses produtos nitrogenados para realizarem funções vitais, constituir enzimas que podem atuar até na fotossíntese. Essa relação entre bactérias e plantas dá-se o nome amplo de simbiose e mais especifico de protocooperação (quando a relação não é vital, ou seja, os organismos separados sobrevivem) e mutualismo (os organismos precisam estar juntos para sobreviver).

Obs. Exemplo. Mutualismo: algas e fungos (liquens), em que as algas fornecem matéria orgânica para a nutrição do fungo, e os fungos mantém, através de suas redes de hifas, umidade elevada e sustentação para as algas.
Protocooperação: bactérias e plantas leguminosas, em que as bactérias fixam nitrogênio para a planta, e essa fornece matéria orgânica (glicose oriunda da fotossíntese) para sua nutrição.

Uma das simbioses mais importantes é a associação entre as bactérias do gênero Rhizobium (bacilo radicícola) e as raízes de plantas leguminosas (feijão, soja, ervilha, amendoim, etc.). Essa simbiose, chamada bacteriorriza, provoca o aparecimento nas raízes leguminosas, de regiões mais espessas, ricas em matéria nitrogenada, chamados nódulos, ou nodosidades.
Quando as nodosidades produzidas pelas bactérias Rhizobium nas plantas leguminosas envelhecem, morrem e se desagregam, enriquecem o solo com material nitrogenado. No processo chamado de Adubação Verde, a leguminosa é plantada e, quando está na fase de florescimento, faz-se a gradeação (pergunta para o pai o que é) e incorpora-se o vegetal ao solo. A decomposição da plantinha provoca um considerável aumento de nitrogênio no solo.
“A fixação do N2 da atmosfera é realizada por algumas espécies de bactérias e cianofíceas”.
- A formação do húmus
O nitrogênio das plantas passa para o reio animal através da cadeia alimentar. Portanto, o nitrogênio penetra no organismo animal na forma orgânica.
Quando os vegetais e animais morrem, a decomposição da matéria protéica, que constitui os corpos, da origem ao húmus. Essa decomposição ocorre por ação de fungos e bactérias, levando à formação de compostos orgânicos nitrogenados mal cheirosos como a cadaverina, escatol, e outros.
O nitrogênio do húmus é transformado em nitrogênio mineral por ação das bactérias nitrificantes. O fenômeno ocorre em três etapas:
A – Amonificação: Os compostos orgânicos, ou o próprio N2 atmosférico são transformados em amônia. O nitrogênio orgânico por ação de decompositores é transformado em amônia, e pode ser assimilado por alguns seres vivos.
B – Nitrosação: As bactérias do gênero Nitrossomonas oxidam a amônia (NH3) em acido nitroso (HNO2) que ioniza em nitrito (NO2-) e pode ser assimilado por alguns seres vivos.
C – Nitratação: As bactérias do gênero Nitrobacter oxidam o acido nitroso a acido nítrico (HNO3) que ioniza produzindo nitrato (NO3-) e pode ser absorvido.
Em todas essa reações há liberação de energia. Essa energia é utilizada pelas bactérias para a síntese de suas substâncias orgânicas (quimiossíntese), ou acha que as bactérias têm todo esse trabalho por amor à raça humana?
Os nitratos, nitritos e amônia são absorvidos pelas raízes dos vegetais e transformados em matéria orgânica nitrogenada.
- Oxidação do N2 na atmosfera
Por ocasião de tempestades, as descargas elétricas podem provocar a oxidação do nitrogênio livre da atmosfera (N2) em nitritos e nitratos. Esses íons (NO2- e NO3-), solúveis em água, podem ser utilizados pelos vegetais na síntese de substâncias orgânicas.
- Desnitrificação
Também já vi chamarem de denitrificação. É o processo em que bactérias existentes no solo, águas, são capazes de produzir, a partir de nitratos, o nitrogênio livre que volta para a atmosfera. Bactérias desnitrificantes. Note que esse é o processo inverso da fixação e nitratação.

O nitrogênio é assimilado pelos animais através da nutrição de compostos orgânicos nitrogenados (plantas, animais) e sai do reino animal (o nitrogênio) quando os animais morrem e são decompostos, e através de suas excretas nitrogenadas:
* Os peixes ósseos eliminam amônia (amoniotélicos)
*Os peixes cartilaginosos e os mamíferos eliminam uréia (ureotélicos)
* Aves e répteis eliminam acido úrico (uricotélicos)

4 – Ciclo da Água
A superfície do nosso planeta é constituído de ¾ de água. Desse total 97% correspondem à água salgada, formando os mares e oceanos. Os restantes 3% são água doce e formam os rios, lagos, lagoas, água subterrânea, vapor de aguada atmosfera e o gelo das geleiras e calotas polares.
Na natureza, observa-se, diariamente, uma grande evaporação da água a partir de oceanos, lagos, rios, seres vivos, etc. O vapor de água eleva-se na atmosfera e, em contato com os ventos frios das grandes alturas, condensa-se em gotinhas, formando as nuvens e neblinas.
O movimento da água no ciclo hidrológico é mantido pela energia solar e pela gravidade.
Qaundo a temperatura baixa , ou quando as nuvens se tornam muito espessas, ocorre a chuva. Se o frio for intenso, as nuvens caem em forma de flocos de minúsculas gotas feladas, constituindo a neve. Por ocasião de tempestades, as gotas podem transformar-se em blocos arredondados de gelo, formando o granizo ou chuva de pedra.
A água que cai sobre a crosta terrestre escorre pelo solo impermeável ou, se este for permeável, infiltra-se nele, fenômeno denominado percolação.Essa água pode, eventualmente, formar o lençol freático (lençol subterrâneo). O orvalho é derivado principalmente da água evaporada do solo durante o início do periodo noturno e posteriormente condensada sobre superficies frias que perderam calor por radiação.
- Fluido da vida
A vida na Terra está intimamente ligada à presença da água, que é o mais importante componente do corpo dos seres vivos. O corpo humano, por exemplo, apresenta 65% de água; a água-viva 95%.
No interior das células, a água hidrata as proteínas dando estabilidade aos organóides, às membranas e às enzimas, sendo indispensável para as reações químicas que mantém a vida, pois participa diretamente da maioria das reações (principalmente a fotossíntese). Já vi cair em varias provas sobre o movimento de nutriente e organóides no citoplasma pelo fluxo de água do hialoplasma que s chama Ciclose.
- A Água nos vegetais
A água serve como elemento de sustentação para as plantas. Esse fato evidencia-se quando a perda de água é excessiva. Vê-se logo o murchamento dos vegetais.

Obs. Célula vegetal cheia de água: célula túrgida
Célula vegetal com pouquíssima água: célula plasmolizada

A água penetra no corpo vegetal através dos pêlos absorventes da raiz. Os pêlos são projeções das células epidérmicas da raiz e têm a função de aumentar a superfície de absorção. Com isso, a raiz retira a água do solo, mas também absorve deste os sais minerais indispensáveis para a nutrição da planta.
A água que chega às folhas é, em parte, utilizada pela fotossíntese, e dessa maneira é integrada na constituição química dos elementos orgânicos produzidos. Grande parte dessa água é perdida para a atmosfera por transpiração e mais raramente por gutação ou sudação.
A Transpiração é a eliminação de água no estado de vapor. O vapor de água forma-se no interior das folhas, pela evaporação da água contida nas células do parênquima clorofiliano. O vapor circula pelos espaços existentes entre as células e são para o meio ambiente através dos estômatos.
A Gutação, também chamada de sudação, é a eliminação de água no estado líquido através de estruturas chamadas hidatódios, nas folhas. Em madrugadas frias, com o ar atmosférico saturado de vapor de água, a transpiração ostiolar, estomática (a transpiração cuticular nunca para) das plantas fica paralisada, ou então muito diminuída. Se as raízes continuam a absorção de água no solo úmido, cria-se no interior da planta uma espécie de pressão que impulsiona a seiva para cima. O excesso de água sai então pelos hidatódios, no estado líquido.
- A água nos animais
A água penetra nos animais quando estes ingerem os alimentos e quando a bebem, e é eliminada do corpo animal através da transpiração (evaporação), pela superfície do corpo. A evaporação da água dos pulmões é muito importante. Todos nos sabemos que o ar que sai dos pulmões (ar expirado) esta saturado com vapor de água. A água também é eliminada através dos rins durante a excreção e durante a egestão (fezes)

- Um pouco mais
- A água pura (H2O) é um líquido formado por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio. Quando na atmosfera, pode reagir com determinados gases - como dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NO, NO2, NO2O5) e dióxido de carbono (CO2) – ocasionando chuvas acidas.
- O volume total da água na Terra mantém-se constante, variando ao longo do tempo a sua distribuição por fases.
- Os oceanos constituem cerca de 97% de toda a água do planeta. Dos 3,6 % restantes, aproximadamente 2,25% estão localizados nas calotas polares e nas geleiras, enquanto apenas 0,75 % é encontrado na forma de água subterrânea, em lagos, rios e também na atmosfera, como vapor de água.
- 84% da água que evapora para a atmosfera tem origem nos oceanos, enquanto que apenas 16% são oriundos dos continentes.
- A água que usamos para beber, que é a que está nos rios, lagos e águas subterrâneas, é menos de 1% da água existente no planeta.
- A quantidade total de vapor de água na atmosfera é equivalente a cerca de uma semana de precipitação em todo o globo.
- Num ano, a atmosfera produz uma quantidade de precipitação na Terra 32 vezes maior em volume do que a sua capacidade total de armazenamento de água. Em média, cada molécula de água evaporada fica apenas uns 10 dias em suspensão na atmosfera antes de voltar a cair no solo.
- De acordo com a Organização das Nações Unidas, no último meio século, a disponibilidade de água por ser humano diminuiu 60%, enquanto que a população aumentou 50%.
- Devido às forças tectónicas, que agem no sentido de criar montanhas, a Terra não é hoje um planeta uniformemente coberto por uma camada de 3km de água salgada.
- A água é o mais importante dos constituintes dos organismos vivos, pois cerca de 50 a 90 % da biomassa é constituída por água. O seu papel nas funções biológicas é extremamente importante e diversificado, sendo necessária, por exemplo, para o transporte de nutrientes e dos produtos da respiração celular e para a decomposição da matéria orgânica, que liberta a energia necessária para o metabolismo.


segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Getúlio Vargas e o Estado Novo

Getúlio Vargas e o Estado Novo
Rodolfo Augusto Bressan Barboza
Por que devo conhecer um pouco da história de Getúlio Vargas? Primeiramente deve-se ao fato de ele ter posto fim a oligárquica República Velha, e foi, por duas vezes, Presidente da República do Brasil. Seu estilo de governo foi um dos mais controversos do século XX, alguns livros caracterizam-no como “Populista”, nacionalista, a ponto do epíteto “pai dos pobres”, Gegê, Getulhinho... .
Seu governo se estendeu por um tempo considerável no Brasil, mas não foi contínuo, entra pela primeira vez através de um golpe militar no ano de 1930 (Golpe de 1930) e vai até 1934, ocupando lugar de uma junta provisória militar logo o fim do governo de Washington Luis (deposto, nota-se que foi nesse momento histórico que Julio Prestes, do filme “Olga” que foi eleito e impossibilitado pelos militares de assumir o mandato). De 1934 até 1937 teve-se um Governo Constitucional, sempre protegido pelos militares. Em 1937 cria o “Estado Novo” até 1945 quando sai de cena para a entrada de José Linhares (alguns meses), Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) quando volta ao poder através de voto direto, 1951 até 1954, ano de seu suicídio.
Quem foi Getúlio Vargas antes de 1930? Nascido no estado do Rio Grande do Sul, formou-se em direito e mostrou-se ligado e influente na promotoria do estado e na junta militar do exército durante sua carreira. Inicia-se na política o toma destaque na Assembléia Legislativa estadual. Político de orientação filosófica positivista e “castilhista” (doutrina e estilo político de Julio Prates de Castilhos, mas não é de grande importância nesse momento). Em 1923 é convidado às eleições para o cargo de deputado federal para defender a bancada gaúcha pelo Partido Republicano Riograndense (PRR), é eleito.

OBs: Positivismo, corrente que se encontra em várias passagens da historia brasileira. Desenvolvida pelo francês Augusto Comte pelos anos de 1789-1857, corrente sociológica do Iluminismo, caracterizando-se como afirmação social das ciências experimentais, ou seja, considera verdade aquilo que se pode provar através de experimentos visíveis, conclusivos e embasados em uma ciência exata e dominada pelo observador. Impõe à existência humana valores completamente humanos, afastando misticismo e religião, teologia ou metafísica. Conhece alguém assim? Assim, associa uma interpretação das ciências e uma classificação do conhecimento a uma ética humana. “ Positivismo é a visão de que o inquérito cientifico sério não deve procurar causas últimas que derivem de alguma fonte externa, mas sim confinar-se ao estudo de relações existentes entre fatos que são diretamente acessíveis pela observação”. Não morre a imaginação, mas mitos e lendas...

Nota que ele sempre esteve próximo do sistema governamental brasileiro, assumiu o Ministério da Fazenda (1926-1927) durante o governo de Washington Luis (que será deposto). Deixa o cargo de ministro para candidatar-se e vencer as eleições para governador do estado do Rio Grande do Sul de um mandato que iria de 1928 até 1933. Durante esse mandato teve posicionamento de oposição ao governo federal, contra a corrupção, exigindo o voto secreto e feminino. Mas não entrou em conflito direto com o governo federal, manteve-se próximo e apoiando Washington Luis, conseguindo vergas para o estado do Rio Grande do Sul. Seu governo estadual foi produtivo e de conciliação entre os partidos rivais PRR e o Partido Libertador.

- A Revolução de 1930
É preciso lembrar da crise de 1929, os EUA entram em falência econômica – industrial e abala a economia mundial. O poder de consumo no mundo cai, e países como o Brasil que exportavam produtos supérfluos, na época o café, sofriam mais. O governo federal, até então era exercido pela política do “café – com - leite”, uma alternância entre representantes de São Paulo e de Minas Gerais. Ocorre que a presidência, naquele momento, estava na responsabilidade de um paulista, Washington Luis, militar, deveria indicar à sucessão um mineiro, mas nomeia outro paulista, Julio Prestes que era governador de São Paulo na época. Mas é importantíssimo compreender a razão dele, Washington Luis (WC) quebrar com o pacto. Já ouvi muitas vezes professores se enrolando e até pulando tal explicação: Crash da Bolsa de Nova York, o mundo não tinha dinheiro para pagar a riqueza produzida, lembrar que isso era resultado da desmedida expansão industrial norte-americana. Os países começaram a não mais importar produtos supérfluos no mercado internacional, e o Brasil com a economia basicamente exportadora de café se viu em beira falência. O s cafeicultores começaram a fazer pressão sobre a presidência para que o governo federal concedesse créditos e comprasse o café produzido para que o sistema de produção não parasse. Washington Luis não fazia luz a essa política e nega os créditos e os pedidos de moratória (perdoasse as dividas dos cafeicultores com o governo), e com medo de seu sucessor mineiro fazer uso de uma política que favorecesse a oligarquia cafeeira, e comprometesse mais ainda as finanças brasileiras resolve nomear outro paulista, Julio Prestes, para continuar com o perfil de retenção de gastos, estabilizarem a taxa de câmbio e equilibrar o orçamento nacional. Atenção, cafeicultores do Sudeste inteiro queriam empréstimos, não apenas os mineiros! É o fim da política do café-com-leite. O governador do estado de Minas Gerais não fica satisfeito com a decisão de Washington Luis e a campanha de Prestes e resolve, em acordo com o PRR lançar Getulio Vargas para candidato à presidência e João Pessoa, da Paraíba, para vice-presidente. A aliança entre os estados de MG e RS chamou-se Aliança Liberal.
O Rio Grande do Sul não se destacava pela produção cafeeira, assim a Aliança Liberal apoiava a expansão agropecuária com maior variabilidade produtiva, combatia a valorização artificial do café, propunha o voto secreto, reforma judiciária e uma legislação trabalhista.
Julio Prestes até venceu as eleições, mas um golpe armado pela força militar e o acaso do assassinato de João Pessoa na Paraíba motivou o levante que adiantou (depôs) o fim do mandato de Washington Luis. Os revoltosos porem não eram bem aceitos no centro do poder executivo, precisavam de alguém que os representassem, surge então na capital da república o governador do estado do Rio Grande do Sul, que trazia três mil homens para o levante, o senhor Getulio Vargas, que agora toma lugar na Revolução, e a frente do poder.

- O Governo Provisório
Em três de novembro de 1930, Getulio Vargas assumia apoiado pela junta militar do Exercito brasileiro, a Presidência e colocava fim a República Velha.
Getulio revogou (cancelou) a constituição de 1891 e governou através de decretos. Para os cargos estaduais nomeava oficias do exército que participaram da revolução e os que eram cativos do antigo governo foram colocados na reserva, ou até afastados. Mas não era preso aos militares, governava através de auxílio apenas de seus ministérios, todos participantes da revolução de 1930. Getúlio cumpriu suas promessas (importante):
1 – Anistiou os revolucionários de 1920 (principalmente da Coluna Prestes, rever).
2 – Criou o voto secreto e o voto feminino, o Código Eleitoral e a Justiça Eleitoral, o que fez diminuir muito a fraude eleitoral.
3 – Ampliou os direitos trabalhistas (horas de serviço, férias, salário-mínimo, etc.), formalizando as CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), instituída mais tarde em 1943.
4 – Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (1930) e os Ministérios de Saúde e Educação.
Durante o Governo Provisório Getúlio Vargas deu início à modernização do estado brasileiro, criou o código das águas, o código florestal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a propaganda comercial nas rádios e a lei da usura (decreto) que proíbe juros abusivos, não revogada ate hoje. Em 1931 declarou moratória e renegociação da divida externa brasileira.
Em março de 1931 decreta a Lei Sindicalista, tornando obrigatória a aprovação dos estatutos dos sindicatos trabalhistas e patronais pelo Ministério do Trabalho.
Retornou ao estado amistoso com a igreja católica, lembrando das más relações durante a Republica e o advento do casamento civil. Nomeou o catolicismo como religião oficial do Brasil.
E seu feito que ficou conhecido por algumas novelas, realizou seguidas queimas de café, no Rio de Janeiro, para valorização do mesmo, desvalorizado desde a crise de 1929.

- A Contra-Revolução de 1932 ou A Revolução Constitucionalista de 1933
A Revolução Constitucionalista ocorreu em São Paulo, que acusava o Governo Provisório de ditatorial, já que Getúlio governava através de decretos, e queriam a promulgação de uma nova constituição. O estopim do levante foi o assassinato de cinco estudantes por partidários de Vargas, que cria o MMDC, movimento de oposição em que as siglas remontavam o nome de quatro dos cinco estudantes mortos ( Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo). O Movimento foi militarmente sufocado. Vargas convoca uma assembléia constituinte. Em 1934 foi promulgada a segunda Constituição republicana: supressão (fim) do cargo de Vice-presidente, voto feminino, legislação eleitoral e trabalhista e separação da propriedade do solo e subsolo (proteção às reservas minerais), quando é possível notar as aspirações ditatoriais de Getúlio ao sancionar o cargo de vice.
Desde 1932, existia a Ação Integralista Brasileira, fundada por Plínio Salgado que defendia a adoção de um regime fascista para o Brasil, em oposição, organizou-se a Aliança Nacional Libertadora (ANL), de tendência socialista e cujo programa tinha o apoio do Partido Comunista (fundado em 1922), uma futura dor de cabeça para Vargas, que nunca foi comunista, ou socialista.
Pois é, mas a frente comunista resolve organizar levante em pontos no Rio, Recife e Natal e tomar o poder (Intentona Comunista). O levante é sufocado e dá espaço a Vargas realizar suas preensões políticas ditatoriais e implantar o Estado Novo.

- Período Ditatorial ou Estado Novo:
Período que vai de 1937 até 1945. Ocorre que em 1937, em plano de eleições para 1938 houve a denúncia de um plano comunista para a tomada do poder, chamado hoje de Plano Cohen. Depois se descobriu que todo o tramite foi forjado por um integralista.
Getulio Vargas aproveita o momento instável para por em pratica suas aspirações ditatoriais, dissolve o Congresso Nacional, extingue partidos políticos, outorga nova constituição que lhe dava plenos poderes sobre o Executivo e lhe permitia nomear interventores nos estados (nos governos dos estados), previa um novo Legislativo, porem nunca se realizaram eleições durante o Estado Novo.
Ocorre a Segunda Guerra Mundial entre 1938 a 1945 e Vargas mostra neutralidade até 1941, porém alia-se aos EUA posteriormente.
Características:
- Intervenção nos governos estaduais.
- Nova constituição que dava plenos poderes ao executivo.
- Proibição de partidos políticos.
- Proibição de greves.
- Censura (DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda que combatia as críticas).
- Pena de morte para crimes políticos.
- Favoreceu o desenvolvimento industrial organizado, o Plano Nacional de Eletrificação, o Conselho Nacional do Petróleo e a Companhia Siderúrgica Nacional (Volta Redonda).
- Criou o Ministério da Aeronáutica e novos territórios federais (Fernando de Noronha, Amapá, Rio Branco, Guaporé, Ponta Porá e Iguaçu).
- Ampliou-se a legislação trabalhista e os sindicatos passaram a ser controlados pelo Ministério do Trabalho.
A partir da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial aumentou a oposição à ditadura de Getulio Vargas. A derrota nazi-fascista fortaleceu a corrente contrária ao regime, que já não contava com o apoio irrestrito das Forças Armadas e da classe industrial-comercial. Tentando se manter no poder, Getulio Vargas concedeu anistia aos presos político, suprimiu a censura e autorizou a formação de partidos políticos. Entre outros, foram fundados o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o Partido Social Democrata (PSD), ambos governistas, e a União Democrática Nacional (UDN) de ligações com os EUA e de oposição. Os EUA não atacavam Getúlio Vargas diretamente, mas não gostavam do modo como ele conduzia a economia brasileira, protegendo o mercado interno da concorrência desleal dos produtos norte-americanos com a indústria nascente do Brasil.O Partido Comunista foi legalizado e os antigos integralistas se reuniram no Partido de Representação Popular.
Foram convocadas eleições, e Vargas buscou ampliar sua base política. Nesse ano ele é deposto pela própria base de sustentação militar (1945).
Foi sucedido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, José Linhares, que realizou as eleições. Nelas, foi vitorioso o General Eurico Gaspar Dutra, antes Ministro da Guerra durante o Estado Novo. Governou de 1946 a 1951. Em 1946, foi promulgada a quarta Constituição.

Breve comentário sobre o Governo Dutra
De caráter desenvolvimentista, reunia sugestões de vários Ministérios e dava prioridade a quatro áreas, Saúde, Alimentação, Transporte e Energia (plano SALTE). Os recursos para sua execução seriam provenientes da Receita Federal e de empréstimos externos, mas fracassou e foi abandonado. Iniciou a ligação rodoviária do Rio de Janeiro a São Paulo (Rodovia Presidente Dutra). Alem disso, foi em seu mandato que foi criado o Estatuto do Petróleo e as primeiras plataformas de extração e refinarias no estado do Rio de Janeiro, o Conselho Nacional de Economia, as Comissões de Planejamento Regional, o Tribunal Federal de Recursos. Criou companhias hidrelétricas como a de Paulo Afonso e São Francisco (CHESF). Proibiu também os jogos de azar no Brasil.
- O Governo eleito (1950 – 1954)
Desde o início do governo Dutra os partidários de Vagas já tramavam sua volta. Vargas, por sua vez, não se afastou do meio político, mas voltou para sua região, candidatou-se e venceu as eleições para senador. Como senador lutava contra a corrupção e pouco freqüentava as reuniões. Mas deu-se que nas proximidades das novas eleições para presidente seus colegas conseguiram convencê-lo as candidatar-se, o fez e foi eleito em 3 de outubro de 1950 pelo PTB.
No dia 31 de janeiro de 1951 assume a Presidência da República e encontra um Brasil um tanto diferente daquele durante o Estado Novo. Uma sociedade mais complexa e diversificada, uma indústria nascente e uma destacada influência e atuação do capital externo. Essa participação do capital externo será a chave desse governo, em que nem todos apoiavam tanta participação estrangeira na economia brasileira, e outros apoiavam, principalmente aqueles ligados a UDN e a classe industrial, todos ligados ao capital externo (foram apelidados de “entreguistas”). È preciso notar porque alguns historiadores associam tanto Carlos Lacerda, jornalista e líder da UDN, com os EUA, pois eram eles que defendiam a permanência da influência norte americana no Brasil. Carlos Lacerda foi o calo de Getúlio Vargas, vivia denunciando políticas corruptas e outras no seu jornal. Nessa altura dos acontecimentos Getúlio não podia ignorar a ação estrangeira na economia brasileira, pior tentar afasta-la, porém sabia que deveria controlá-los e que o Estado era responsável pela orientação da economia. Aceitava o capital externo com associação do capital nacional, através dele (capital externo) iniciou programas de desenvolvimento na infra-estrutura, energia, transporte, industria de base, siderurgia, petroquímica, etc.
Em 1952 cria o BNDE, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, com o objetivo de reduzir as deficiências infra-estruturais que impediam um desenvolvimento regular da economia, ou seja, financiava quem queria criar, ou ate expandir sua força de produção, fornecia créditos e empréstimos ao comerciante e industrial com juros plausíveis e muito menores que os bancários. Criou um política cambial que favorecia a importação de máquinas e protecionista para os produtos nacionais (bens de consumo).
Vargas adquiriu posicionamento de redistribuir a renda nacional em favor do governo e do setor industrial. O Brasil viveu momentos de grande crescimento econômico – industrial nessa época.
Mas não se pode negar que o maior feito do governo Vargas esta relacionado com o petróleo. È o auge da política nacionalista-populista do senhor Getulio Vargas. A população se levantou em apoio com o lema “o petróleo é nosso”. Lembrar que era apoiado por intelectuais da época, como o literário Monteiro Lobato, cujo nome foi dado a primeira plataforma petrolífera nacional. Cria a Petrobras e declara monopólio estatal sobre a extração e refino desse combustível. Nota-se que aqui há forte participação da UDN, União Nacional dos Estudantes.
Políticas importantíssimas do Governo eleito de Vargas:
1 – Lei da restrição da remessa de lucros das empresas estrangeiras para o exterior.
2 – Lei sobre crimes contra a economia popular.
3 – Lei sobre o monopólio estatal da exploração e produção do petróleo.
Comentados:
1 – As empresas não poderiam retirar grandes volumes de capitais do Brasil para seus países de origem, assim esse capital ficaria trabalhando no âmbito nacional.
2 – Essa lei visava, talvez, mostrar caráter populista do Vargas, alegando que ele não era corrupto, já que condenava a corrupção.
3 – A criação da Petrobrás e o total poder do estado sobre essa riqueza. Certo que o petróleo nacional é de péssima qualidade, mas se fosse diferente Vargas sabia que mesmo assim os grandes consumidores se apossariam desse bem. Deu- se que hoje a Petrobras é uma das mais eficientes beneficiadoras de petróleo, com tecnologia própria e muito superior as outras.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas! A classe proletária ainda sofria com a inflação desde Dutra e as renegociações da divida externa, o salário estava em baixa como o poder de consumo. No âmbito externo, os EUA estavam descontentes com a política nacionalista de Vargas. Vargas poderia ficar triste, sem querer cantar uma linda canção... Mas este é o senhor Getulio Vargas, que não se abate nem nos momentos de maior desespero... E no maior deslize resolve acatar com um pedido proletário de aumento de 100% salarial. Ocorre que a massa popular estava sendo dirigida pelo Partido Comunista e ao Vargas acatar com tal pedido, sua base de sustentação militar encara como aproximação comunista e retira o apoio. Vargas então retira o aumento, que será dado depois, no dia 1 de maio, dia do trabalhador. È possível notar o problema, perdeu apoio militar, a classe operária também estava descontente, caminhava para o isolamento. Pior, um de seus partidários, um segurança resolve atentar Carlos Lacerda no episodio marcado como “O Atentado da Rua Toneleiros”, porém Lacerda é acertado no pé, e a imagem de Vargas associada com o atentado. Pronto, agora Vargas é suspeito de homicídio. Investigações levaram ao chefe da guarda de Getúlio, Gregório Fortunato. Os militares agora pedem para que Vargas renuncie. O Senhor Getulio Vargas suicida-se no dia 24 de agosto de 1954.

domingo, 4 de novembro de 2007

O Ciclo Celular ( I )

O Ciclo Celular
Rodolfo Augusto Bressan Barboza
De um modo simplificado, o ciclo vital das células possui duas fases: a Interfase e a Divisão propriamente dita. A maior parte da vida da célula corresponde à Interfase, caracterizada pela intensa atividade bioquímica, o que é solicitado em provas, quando tentam induzir ao erro da afirmação de que a célula está metabolicamente em repouso durante esse período, por não estar se dividindo. A negação é justificada pela intensa atividade sintético-orgânica da célula fora da atividade de divisão. Na Interfase observa-se a duplicação cromossômica e o crescimento celular (volumétrico). Na fase da divisão celular, a mitose se divide formando duas células vivas, a meiose forma quatro.
Interfase
Período entre divisões celulares sucessivas. Como os cromatídeos dos cromossomos estão pouco condensados e dispersos pelo núcleo não são visíveis ao microscópio óptico. Não são visíveis, sequer por microscopia, modificações citoplasmáticas, nem nucleares, porém a célula está em franca atividade, sintetizando os componentes que irão formar as células filhas. Podem-se observar três momentos: G1, S e G2:
· G1: (Gap = intervalo) ou pós-mitótico, verifica-se intensa atividade de biossíntese (proteínas, enzimas, RNA etc.) e formação de mais organelas celulares, o que implica crescimento celular (volumétrico). No final desta fase a célula faz uma “avaliação interna” a fim de verificar se deve prosseguir com a divisão, o que justifica algumas células possuírem tão baixa capacidade de divisão (neurônios, cardíacas, etc.) já que organismos de alta complexidade mostram proporcional exigência para sua divisão. Mas exigem o que? Exigem que exista em funcionamento uma quantidade mínima de substâncias e organelas para comporem duas células filhas.
· S: (Síntese) ocorre a auto-replicação semiconservativa de DNA, ou apenas síntese de DNA e a conseqüente duplicação cromossômica (duplicação dos centrômeros)
· G2: ou pré-mitótico, aqui a atividade celular, seu metabolismo é um pouco menor. Destaca-se a síntese de compostos importantes à divisão que irá se iniciar (proteínas, enzimas, RNA, etc.)

Mitose
Na mitose uma célula-mãe origina duas células-filhas com o mesmo número de cromossomos. Esse processo equacional de divisão celular permite a reprodução de organismos unicelulares, o crescimento e regeneração dos pluricelulares. Divide-se em quatro fases: Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase.
· Prófase: A mais longa fase da divisão celular mitótica. Caracteriza-se por profundas modificações nucleares e citoplasmáticas.
O início da prófase é marcado pelo grande volume celular e pelo material genético já duplicado (duplicação ocorrida durante o período S), a condensação da cromatina que se transforma em cromossomos. O envoltório nuclear e o nucléolo se desintegram e somado ao nucleoplasma fundem-se ao hialoplasma.
As mudanças no citoplasma se dão pela fundição das organelas e o hialoplasma que originam o fuso mitótico, fibras que irão conduzir o movimento dos cromossomos durante a divisão. A duplicação dos centríolos (diplossomos) que formarão (não se “transformarão”) as fibras de áster. Não sei se é viável, mas pode-se diferencias as fibras do fuso mitótico, em que as fibras que unem centríolo a outro centríolo são chamadas “fibras contínuas” e as que ligam centríolo a cromossomo são chamadas de “fibras descontinuas”.
“Na prófase os cromossomos se formam por condensação, o núcleo se desintegra e o citoplasma forma o fuso mitótico”.
· Metáfase: Os cromossomos se dispõem no equador do fuso, formando a placa equatorial. É nessa fase que os cromossomos atingem o grau máximo de condensação, podendo, então, por se apresentarem no estagio de maior encurtamento e espessamento, serem vistos com maior nitidez no microscópio óptico. É nessa fase que se faz o estudo do cariótipo.
“Na Metáfase os cromossomos, condensados ao máximo, ocupam o equador do fuso”. Fase do Cariótipo.
· Anáfase: Marcado pela “duplicação” dos centrômeros (separação, duplicação foi no período S), o que permite a separação das cromátides-irmãs, que passam a ser denominadas cromossomos-filhos, o encurtamento das fibras do fuso arrasta os cromossomos para os pólos do fuso.
A anáfase termina quando os cromossomos atingem os pólos do fuso, permite a separação equacional dos cromossomos para as células filhas.
“Na anáfase os centrômeros se dividem e os cromossomos migram para os pólos opostos das células”.
· Telófase: Atingindo os pólos, os cromossomos iniciam o processo de descondensação, enquanto vão desaparecendo as fibras dos ásteres e do fuso. O envoltório nuclear se reorganiza a partir do retículo endoplasmático granuloso, e as zonas organizadoras de nucléolos, situadas nas constrições secundárias de certos cromossomos (zona sat) produzem os nucléolos. Nota-se que quando referirem-se a “constrição primária” estarão falando do centrômero.
Desse modo, aparecem dois núcleos completos. Inicia-se então o processo de divisão do citoplasma conhecido por citocinese, ou citodierése.
Na região equatorial surge um estrangulamento que vai gradualmente se aprofundando até dividir completamente a célula.
“Na telófase o citoplasma se divide, reaparecendo os nucléolos e envoltórios nucleares, e os cromossomos se descondensam” .

Obs.
Cariocinese: duplicação, divisão do núcleo.
1 – Mitose animal: Existência de centríolos (cêntrica), fibras do áster (astral), centrípeta, a citocinese ocorre de fora para dentro (estrangulamento).

2 – Mitose Vegetal: Sem centríolos (acêntrica), sem fibras do áster (anastral) e centrífuga, em que o Complexo Golgiense libera vesículas enzimáticas chamadas de fragmoplastos que formam uma parede (“lamela média”) que separa as novas células.
Deve-se ter muito cuidado com questões de vestibulares que afirmam que a mitose serve somente para o crescimento dos organismos, ou para divisão de células somáticas apenas, e que a meiose serve para formação de gametas. Alguns professores desavisados não lembram que no ciclo das células vegetais, ciclos haplo-diplobiontes, com ou sem metagênese, a mitose forma gametas; o gametófito, duradouro ou não, se divide por mitose formando gametas (anterozóides ou oosferas). Deve-se afirmas que em “animais” a mitose divide células somáticas, ou participa no inicio da espermatogênese e ovulogênese, e a meiose na efetiva formação de gametas. Leia sobre ciclos haplobiontes, diplobiontes, haplo-diplobiontes e metagênese, saiba o que são e exemplos de animais que realizam.

sábado, 3 de novembro de 2007

Histologia Vegetal (básico) e Teoria de condução de seiva bruta

Histologia e Fisiologia Vegetal
Rodolfo Augusto Bressan Barboza
Histologia trata-se da análise dos tecidos orgânicos enquanto formadores de órgãos. Em fisiologia vegetal ressaltarei as principais características e fundamentais para a efetivação de provas superficiais de ensino médio. Vou dividir o assunto quanto ao grau de especiação do tecido e sua capacidade plástica, Meristemas para tecidos jovens e Tecidos Adultos.
Os Meristemas ou tecidos jovens são dotados de alta capacidade reprodutora, também chamados de tecidos “embrionários”. São divididos em dois pequenos grupos, os primários e os secundários. O Meristema primário é responsável pelo crescimento em extensão do vegetal (longitudinal), e localiza-se em extremos, nas gemas apicais (galhos) e subapicais (raízes). Nota-se que a planta cresce pelas pontas, assim, marcas feitas em caules não mudarão de posição relativa ao chão com o passar do tempo. Gemas são as porções mais plásticas dos tecidos vegetais, também chamadas de extremos embrionários.Os Meristemas primários são divididos em três partes: Dermatogênio, que causa crescimento da epiderme, Periblema, que causa crescimento da casca e o Pleroma, que causa o crescimento do cilindro central. Meristemas secundários são responsáveis pelo crescimento em espessura (diametral), são internos e divididos em, superficialmente, dois grupos, o Felogênio e o Câmbio. O Felogênio mais externo dando origem a posteriori ao Súber e o Câmbio dando origem aos tecidos de transporte xilema e floema.
Os tecidos adultos, já diferenciados e pouco plásticos serão vistos pelas suas funções permanentes. Quero deixar claro que os tecidos adultos deram-se pela diferenciação dos tecidos jovens, mas que em situação de necessidade podem “desdiferenciar-se” e voltarem a atividade reprodutiva. Classificarei quanto as funções de Proteção, Sustentação, Preenchimento, Condução e Secreção.
Os tecidos que realizam a proteção são em maioria tecidos de revestimento, como a epiderme e o súber. A Epiderme, uniestratificada mostra anexos para melhor desempenho:
1 – Cutícula: Camada lipídica (cutina) que reveste tecidos de folhas e caules evitando a evapotranspiração excessiva. Nota-se a diferença entre as plantas de regiões úmidas, áridas e temperadas quanto a distribuição desse impermeabilizante. Plantas que não podem perder muita água possuem muito dessa cutícula, plantas de lugares úmidos apresentam estruturas pouco revestidas e outras que nem são.
2 – Pêlos ou Tricomas: Muitas vezes contêm substâncias urticantes, outras proteolíticas para captura de insetos, defesa.
3 – Acúleos: parecem espinhos, mas não são. São pelos endurecidos com funções “evapotranspiradoras-reguladoras” e de próprias trocas gasosas.
4 – Papíleos: Auxiliam na polinização.
5 – Estômatos: Onde localizam-se as trocas gasosas. Estão abertos quando há muita água denro de suas estrutura e fechados quando há pouca. Quem regula a abertura das células-guarda dos estômatos é a quantidade de água no interior de sua estrutura.
6 – Lenticelas: são “rachaduras” nas estrutura de revestimento que possibilita fluxo de fluidos aéreos e trocas desses com as celulas do vegetal. Não são estômatos.
O Súber, tecido morto de origem felodérmica, pluriestratificado, que evita danos por colisões e variações térmicas. Foi vivo um dia, porem pela deposição de suberina acabou impermeabilizado e morto devido a isso, o que não quer dizer que seja desprezado.
Há também os tecidos de sustentação, o Colênquima e o Esclerênquima. O Colênquima é um tecido vivo, clorofilado, com celular com considerável parede celular que possibilita grande flexibilidade as suas estrutura, age na sustentação e flexibilidade do vegetal. O Esclerênquima é morto, pela deposição de lignina foi impermeabilizado, é muito rígido. Nota-se que na maioria das vezes que um vegetal é impermeabilizado, ou impedido de realizar trocas gasosas ele acaba morrendo, como o xilema que é profundo no caule, o súber revestido por suberina e o esclerênquima revestido por lignina. Ressaltando os tecidos vegetais mortos: Súber, Esclerênquima e Xilema.
Os tecidos de preenchimento são ditos “parênquimas”. Não confundir com o termo parênquima na biologia animal. Parênquimas nos animais são as células de um órgão responsáveis imediatamente pela sua função, nas plantas são tecidos de armazenamento, de sínteses, pouco especializado localizado na parte interior de muitos órgãos. Quando possuem clorofila (não cloroplastos) são chamodos de colênquimas, parênquima clorofiliano, assimilador, realiza a fotossíntese, células vivas e é dividido em paliçadico (células longas) e lacunoso (células esféricas). Quando não são clorofilidos o nome relaciona-se com a substancia a ser reservado. O parênquima amilífero, que guarda amido, localizado muitas vezes nas raízes, o parênquima aqüífero (planta xerófilas-lugares secos), aerífero (plantas umbrofilas-úmidos). Os tecidos de condução são ditos floema e xilema (líber e lenho), o floema condutor de seiva elaborada (água e açúcares) mais externo, vivo, e o xilema condutor de seiva bruta (água e sais) mais interno, morto.
Se deve considerar maior compreensão de algum tecido de condução vegetal, esse será o xilema. Primeiramente em proporção é o mais abundante, estruturalmente, na planta (mais de 90%), é alvo de questionamentos sobre o modo de circulação dos fluidos na planta, é a parte que chamamos de madeira e que é aproveitado em geral. As células do xilema não são todas iguais, diferem quanto a forma e conteúdo, existindo ate uma exceção que é viva (parênquima lenhoso). Existem quatro tipos, os traqueídeos, células cilíndricas, alongadas e com números poros; fazem o transporte da seiva tanto no sentido vertical quanto para as áreas circundantes. São células mortas por perderem o citoplasma durante a especiação, são impermeabilizadas por lenhina (lignina). Existem os elementos de vaso que semelhante as traqueídeos também são células condutoras, também lenhificadas, com poros laterais. No xilema que também tem função de suporte, estrutural, não é a toa que a lenha e puro xilema, existem as fibras lenhosas e o parênquima lenhoso.
Os tecidos menos requisitados nas provas por mim já vistas foram os de secreção, os nectários (produzem néctar, ajuda na polinização), os hidatódios que são porções de tecido fundamental diferenciadas em glândulas com função de expelir excesso de água e sais (seiva bruta) do meio circulante da planta, os hidatódios não estão presentes em todas as plantas, mas quando existem estão ou nas pontas, nas laterais das folhas; vasos lactíferos, produtores de látex, com função protetora e cicatrizante; canais resiniferos que secretam resina, ou âmbar, que tem função protetora isolando a planta do contato de insetos e outros pequenos organismos; bolsas secretoras que geralmente liberam essências como o eucalipto, limão etc...

Mecanismos envolvidos no movimento Xilémico: Existem teorias sobre a ascensão de seiva bruto no xilema:
1) Teoria da pressão radicular (Pressão de raiz): Propõe que no interior da raiz exista um fator de pressão que impele a água para cima pelo xilema. Ocorre a concentração de íons na raiz que torna seu meio interno hipertônico, isso cria uma pressão osmótica que impele a água para o interior da raiz,assim o excesso de água que entra é impelido para cima. Fatos como a exsudação que é a subida contínua de água pelo xilema, mesmo quando cortado, ou podado as pontas do vegetal, e a gutação que é a liberação de excesso de água pelos hidatódios ou estomas aqüíferos das folhas, que ocorrem de manhã já que a maior absorção ocorre a noite, apóiam a teoria. Já os fatos de a subida ser lenta, não atingirem grandes alturas e coníferas não apresentarem pressão radicular mostra que a teoria não vale para todas as plantas.
2) Teoria de Dixon (Tensão- Coesão- Adesão) : Essa teoria é embasado na transpiração da planta. Durante o dia a planta transpira 90 % da água absorvida por estruturas foliares. Disso resulta acúmulo de sais no mesófilo foliar (parênquima clorofiliano) que torna o meio hipertônico. A noite a absorção de água pela raiz é máxima, e a região hipertônica nas folhas cria uma tensão osmótica que atrai a água para cima pelo xilema. A primeira molécula de água é atraída, e vai atraindo as outras pelo fator coesão, oriundo das pontes de hidrogênio que a água realiza, somado as fato da água possuir alto poder de adesão nas paredes do xilema, tudo apoiando sua ascensão. O comboio de moléculas de água sobe em velocidade diretamente proporcional á taxa de transpiração. Nota-se que essa teoria é a mais aceita, pois por cálculos é possível uma coluna de água atingir a altura de ate 150 m , mais alto que as maiores arvores conhecidas, porem mostra falhas: primeiro que a teoria obriga que o fluxo de água seja continuo e que nunca possa ocorrer interrupção do comboio de seiva, e sabe-se que pode ocorrer tal bloqueio por fatores como bolhas de ar no xilema devido a movimentos bruscos da planta em dias de vento, ou até pelo congelamento de seiva bruta em regiões mais temperadas...