sábado, 3 de novembro de 2007

Histologia Vegetal (básico) e Teoria de condução de seiva bruta

Histologia e Fisiologia Vegetal
Rodolfo Augusto Bressan Barboza
Histologia trata-se da análise dos tecidos orgânicos enquanto formadores de órgãos. Em fisiologia vegetal ressaltarei as principais características e fundamentais para a efetivação de provas superficiais de ensino médio. Vou dividir o assunto quanto ao grau de especiação do tecido e sua capacidade plástica, Meristemas para tecidos jovens e Tecidos Adultos.
Os Meristemas ou tecidos jovens são dotados de alta capacidade reprodutora, também chamados de tecidos “embrionários”. São divididos em dois pequenos grupos, os primários e os secundários. O Meristema primário é responsável pelo crescimento em extensão do vegetal (longitudinal), e localiza-se em extremos, nas gemas apicais (galhos) e subapicais (raízes). Nota-se que a planta cresce pelas pontas, assim, marcas feitas em caules não mudarão de posição relativa ao chão com o passar do tempo. Gemas são as porções mais plásticas dos tecidos vegetais, também chamadas de extremos embrionários.Os Meristemas primários são divididos em três partes: Dermatogênio, que causa crescimento da epiderme, Periblema, que causa crescimento da casca e o Pleroma, que causa o crescimento do cilindro central. Meristemas secundários são responsáveis pelo crescimento em espessura (diametral), são internos e divididos em, superficialmente, dois grupos, o Felogênio e o Câmbio. O Felogênio mais externo dando origem a posteriori ao Súber e o Câmbio dando origem aos tecidos de transporte xilema e floema.
Os tecidos adultos, já diferenciados e pouco plásticos serão vistos pelas suas funções permanentes. Quero deixar claro que os tecidos adultos deram-se pela diferenciação dos tecidos jovens, mas que em situação de necessidade podem “desdiferenciar-se” e voltarem a atividade reprodutiva. Classificarei quanto as funções de Proteção, Sustentação, Preenchimento, Condução e Secreção.
Os tecidos que realizam a proteção são em maioria tecidos de revestimento, como a epiderme e o súber. A Epiderme, uniestratificada mostra anexos para melhor desempenho:
1 – Cutícula: Camada lipídica (cutina) que reveste tecidos de folhas e caules evitando a evapotranspiração excessiva. Nota-se a diferença entre as plantas de regiões úmidas, áridas e temperadas quanto a distribuição desse impermeabilizante. Plantas que não podem perder muita água possuem muito dessa cutícula, plantas de lugares úmidos apresentam estruturas pouco revestidas e outras que nem são.
2 – Pêlos ou Tricomas: Muitas vezes contêm substâncias urticantes, outras proteolíticas para captura de insetos, defesa.
3 – Acúleos: parecem espinhos, mas não são. São pelos endurecidos com funções “evapotranspiradoras-reguladoras” e de próprias trocas gasosas.
4 – Papíleos: Auxiliam na polinização.
5 – Estômatos: Onde localizam-se as trocas gasosas. Estão abertos quando há muita água denro de suas estrutura e fechados quando há pouca. Quem regula a abertura das células-guarda dos estômatos é a quantidade de água no interior de sua estrutura.
6 – Lenticelas: são “rachaduras” nas estrutura de revestimento que possibilita fluxo de fluidos aéreos e trocas desses com as celulas do vegetal. Não são estômatos.
O Súber, tecido morto de origem felodérmica, pluriestratificado, que evita danos por colisões e variações térmicas. Foi vivo um dia, porem pela deposição de suberina acabou impermeabilizado e morto devido a isso, o que não quer dizer que seja desprezado.
Há também os tecidos de sustentação, o Colênquima e o Esclerênquima. O Colênquima é um tecido vivo, clorofilado, com celular com considerável parede celular que possibilita grande flexibilidade as suas estrutura, age na sustentação e flexibilidade do vegetal. O Esclerênquima é morto, pela deposição de lignina foi impermeabilizado, é muito rígido. Nota-se que na maioria das vezes que um vegetal é impermeabilizado, ou impedido de realizar trocas gasosas ele acaba morrendo, como o xilema que é profundo no caule, o súber revestido por suberina e o esclerênquima revestido por lignina. Ressaltando os tecidos vegetais mortos: Súber, Esclerênquima e Xilema.
Os tecidos de preenchimento são ditos “parênquimas”. Não confundir com o termo parênquima na biologia animal. Parênquimas nos animais são as células de um órgão responsáveis imediatamente pela sua função, nas plantas são tecidos de armazenamento, de sínteses, pouco especializado localizado na parte interior de muitos órgãos. Quando possuem clorofila (não cloroplastos) são chamodos de colênquimas, parênquima clorofiliano, assimilador, realiza a fotossíntese, células vivas e é dividido em paliçadico (células longas) e lacunoso (células esféricas). Quando não são clorofilidos o nome relaciona-se com a substancia a ser reservado. O parênquima amilífero, que guarda amido, localizado muitas vezes nas raízes, o parênquima aqüífero (planta xerófilas-lugares secos), aerífero (plantas umbrofilas-úmidos). Os tecidos de condução são ditos floema e xilema (líber e lenho), o floema condutor de seiva elaborada (água e açúcares) mais externo, vivo, e o xilema condutor de seiva bruta (água e sais) mais interno, morto.
Se deve considerar maior compreensão de algum tecido de condução vegetal, esse será o xilema. Primeiramente em proporção é o mais abundante, estruturalmente, na planta (mais de 90%), é alvo de questionamentos sobre o modo de circulação dos fluidos na planta, é a parte que chamamos de madeira e que é aproveitado em geral. As células do xilema não são todas iguais, diferem quanto a forma e conteúdo, existindo ate uma exceção que é viva (parênquima lenhoso). Existem quatro tipos, os traqueídeos, células cilíndricas, alongadas e com números poros; fazem o transporte da seiva tanto no sentido vertical quanto para as áreas circundantes. São células mortas por perderem o citoplasma durante a especiação, são impermeabilizadas por lenhina (lignina). Existem os elementos de vaso que semelhante as traqueídeos também são células condutoras, também lenhificadas, com poros laterais. No xilema que também tem função de suporte, estrutural, não é a toa que a lenha e puro xilema, existem as fibras lenhosas e o parênquima lenhoso.
Os tecidos menos requisitados nas provas por mim já vistas foram os de secreção, os nectários (produzem néctar, ajuda na polinização), os hidatódios que são porções de tecido fundamental diferenciadas em glândulas com função de expelir excesso de água e sais (seiva bruta) do meio circulante da planta, os hidatódios não estão presentes em todas as plantas, mas quando existem estão ou nas pontas, nas laterais das folhas; vasos lactíferos, produtores de látex, com função protetora e cicatrizante; canais resiniferos que secretam resina, ou âmbar, que tem função protetora isolando a planta do contato de insetos e outros pequenos organismos; bolsas secretoras que geralmente liberam essências como o eucalipto, limão etc...

Mecanismos envolvidos no movimento Xilémico: Existem teorias sobre a ascensão de seiva bruto no xilema:
1) Teoria da pressão radicular (Pressão de raiz): Propõe que no interior da raiz exista um fator de pressão que impele a água para cima pelo xilema. Ocorre a concentração de íons na raiz que torna seu meio interno hipertônico, isso cria uma pressão osmótica que impele a água para o interior da raiz,assim o excesso de água que entra é impelido para cima. Fatos como a exsudação que é a subida contínua de água pelo xilema, mesmo quando cortado, ou podado as pontas do vegetal, e a gutação que é a liberação de excesso de água pelos hidatódios ou estomas aqüíferos das folhas, que ocorrem de manhã já que a maior absorção ocorre a noite, apóiam a teoria. Já os fatos de a subida ser lenta, não atingirem grandes alturas e coníferas não apresentarem pressão radicular mostra que a teoria não vale para todas as plantas.
2) Teoria de Dixon (Tensão- Coesão- Adesão) : Essa teoria é embasado na transpiração da planta. Durante o dia a planta transpira 90 % da água absorvida por estruturas foliares. Disso resulta acúmulo de sais no mesófilo foliar (parênquima clorofiliano) que torna o meio hipertônico. A noite a absorção de água pela raiz é máxima, e a região hipertônica nas folhas cria uma tensão osmótica que atrai a água para cima pelo xilema. A primeira molécula de água é atraída, e vai atraindo as outras pelo fator coesão, oriundo das pontes de hidrogênio que a água realiza, somado as fato da água possuir alto poder de adesão nas paredes do xilema, tudo apoiando sua ascensão. O comboio de moléculas de água sobe em velocidade diretamente proporcional á taxa de transpiração. Nota-se que essa teoria é a mais aceita, pois por cálculos é possível uma coluna de água atingir a altura de ate 150 m , mais alto que as maiores arvores conhecidas, porem mostra falhas: primeiro que a teoria obriga que o fluxo de água seja continuo e que nunca possa ocorrer interrupção do comboio de seiva, e sabe-se que pode ocorrer tal bloqueio por fatores como bolhas de ar no xilema devido a movimentos bruscos da planta em dias de vento, ou até pelo congelamento de seiva bruta em regiões mais temperadas...